Jovem morta a facadas pela ex-mulher do marido não teve chances de sobreviver. Aos 17 anos, pequena, magra, não conseguiu escapar.
Nayara Xavier, de 17 anos, foi assassinada a facadas dois meses depois que chegou a Goiatuba, em Goiás, quando veio da Paraíba em busca de uma nova vida. Seu corpo foi encontrado pelo marido, o eletricista Evanoel, de 31 anos, quando ele chegou em casa depois da aula na última segunda-feira (13/8).
Amarrada, com fita na boca, nos braços e nas pernas, Inglide Rose Tavares de Moura, de 27 anos, esfaqueou a vítima por ciúme. Mas um detalhe a entregou. Ela esqueceu uma das sandálias no cenário do crime e ligou para o telefone de Evanoel perguntando onde ele estava. Logo depois ela cometeu o crime.
Esses foram dois fortes indícios para a Polícia Civil procurá-la. “Ela achou que ninguém iria descobrir. Inicialmente ela negou, mas encontramos outros indícios, como as lesões que podem ter sido provocados pela vítima”, complementa o delegado responsável pelas investigações, Parick Carniel.
Jovem morta a facadas estava feliz
Nayara morava com o pais e os cinco irmãos em uma cidadezinha pobre da Paraíba. Sem perspectiva, queria mudar de vida. Foi aí que conheceu o marido pelo Facebook. “Eu já morava aqui e ela estava apaixonada por ele, que chamou minha irmã para vir morar com ele”, lembra para a reportagem a irmã, Renata Xavier.
Como Nayara tinha sonhos, correu para uma escola integral da cidade e se matriculou no segundo ano do Ensino Médio e alcançar o sonho que a acompanhava desde criança: ela queria estudar Direito. “E ela ainda fazia curso de inglês pago pelo marido. Ela estava feliz”, conta.
“Estou preparando as coisas para o enterro da minha irmã e preparando os meus móveis. Não quero nunca mais voltar para Goiás”, diz, pelo telefone.
Jovem meiga e franzina
Nayara, tinha um corpo franzino em menos de 1 metro e sessenta de altura. Indefesa, não conseguiu escapar da morte. “Minha irmã não fazia mal a ninguém”, lembra Renata, antes suspirar: “Não sei como vou voltar para minha terra sem ela. Como vou devolver minha irmã morta para os meus pais?”.
A irmã lembra do último dia que viu a irmã com vida. “No domingo, Dia dos Pais. A gente falava do nosso pai, mas ela estava muito feliz”. E reconstitui o horror da ligação do cunhado: “Ele me ligou no dia do crime, chorando muito, falando que tinha acontecido uma tragédia. Quando eu cheguei lá, tinha polícia. Perguntei onde minha irmã estava. E ninguém me respondia.”
Inglide foi presa preventivamente (que pode durar 30 dias) e encaminhada para a Unidade Prisional de Goiatuba.