De acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto, realizadas pelos institutos MDA, CNI, Ibope, Vox Populi e XP/Ipespe, Jair Bolsonaro (PSL) aparece como líder na corrida presidencial. Entretanto, essas mesmas pesquisas foram feitas num cenário sem o candidato que, ao que tudo indica, não poderá concorrer: Lula.
O petista aparece como o líder de intenção de votos para presidente em todos os cenários das pesquisas feitas até agora. Só em São Paulo, por exemplo, Lula (PT) aparece com 21,8% das intenções de voto, enquanto que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) conta 18,4%.
Porém, Lula, além de cumprir pena em regime fechado após ser condenado no processo do triplex, se enquadra no perfil de inelegível de acordo com a lei da Ficha Limpa. E, apesar da defesa estar já preparando todos os recursos cabíveis para tentar fazer com que a candidatura de Lula seja deferida pelo TSE, o PT já considera com seriedade a possibilidade do ex-presidente não poder ir ao pleito.
Levando em conta a conjuntura, Lula articulou – de dentro da prisão – uma estratégia arriscada que surpreendeu a oposição e que pode, no final das contas, dar certo.
Ao isolar Ciro Gomes (PDT), firmando acordo de não-agressão com o PSB para que o partido não apoie o pedetista, O PT, ao mesmo tempo, conseguiu fechar com o PCdoB ao oferecer a vice-presidência para Manuela D’Ávila, fazendo-a desistir da própria candidatura onde ela era a cabeça da chapa.
Isso gerou uma certa confusão a princípio, até que a ficha caiu. A questão é que: Lula havia escolhido o companheiro de partido Fernando Haddad (PT) para ser seu vice. E é aí que reside o estratagema político.
Haddad segue sendo oficialmente o vice de Lula. Mas como já é sabido que Lula tem grandes e prováveis chances de não concorrer, Haddad subirá para a cabeça da chapa, passando a vice, oficialmente, para Manuela D’Ávila – tudo dentro do estatuto do TSE.
Ou seja: mesmo preso, Lula poderá concorrer à Presidência indiretamente através de Haddad.