Depois de a reportagem do Portal Dia Online denunciar o advogado Alex Fernandes Moreira, de 39 anos, de ter sacado o dinheiro da apólice de seguros de um de seus clientes e desaparecer, o presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), Anderson Máximo de Holanda, informou que foi aberto o processo de exclusão do profissional.
“A nossa lei determina que quando houver três suspensões ao advogado ou advogada na seção, tendo em vista o trânsito em julgado, deve ser aberto o procedimento para exclusão”, explicou ao reconhecer que Alex Fernandes já foi suspenso três vezes por causa de condutas antiéticas.
Alex tem passagens na polícia por estelionato, receptação e apropriação indébita, mas parece não se preocupar com a possibilidade de ser preso. Enquanto uma de suas vítimas, Jordane Marinho Souza Santos, de 28 anos, passava por dificuldade financeira, o advogado gastava os R$33 mil que sacou da apólice de seguro com viagens.
A reportagem investigou o caso e conseguiu encontrar a nova residência do advogado, uma mansão no Condomínio Jardins Verona, com residências que podem custar até R$ 2 milhões. Ele não é encontrado por oficiais de Justiça que o procuram para audiências em que é réu há mais de um ano.
Em um acordo suspeito em 5 de julho de 2016, a Justiça determinou que a seguradora depositasse R$33 mil na conta do advogado
O advogado não é exceção, conforme dados da OAB-GO. Pelo menos 4.119 processos ético-disciplinares são analisados pelo Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem goiana. “Todo cidadão que se sentir lesado por condutas de advogado e advogada. É preciso ter o máximo de provas para instaurar o PED [Processo Ético Disciplinar]”, avisa o advogado Máximo.
“A existência do Tribunal de Ética, que é um trabalho voluntário feito pelos colegas advogados e advogadas, deixa claro que a OAB se preocupa com a atuação de qualidade, séria e ética de seus membros”, esclarece Máximo.
Depois de perder o prazo para sacar o valor de R$100 mil a que tinha direito, Jordane procurou o advogado. Seis anos depois de ter entrado com a ação, a vítima estranhou a demora, a forma com que era tratado pelo advogado e procurou outro profissional. Uma pesquisa rápida constatou que o dinheiro havia sido depositado na conta de Alex. Desde então, nunca mais viu o advogado.
Veja depoimento da vítima: